domingo, 13 de fevereiro de 2011

O RITMO EM DIFERENTES CONTEXTOS



A palavra  ritmo tem origem grega e designa aquilo que flui, que se move, um movimento regulado ( Artaxo e Monteiro, 2000).
Idla (1976, p. 26) afirma que o ritmo não existe somente na música, constitui também um fenômeno orgânico-biológico. Nós não só ouvimos, mas vemos, sentimos, vivemos com todos nossos sentidos”.
O ritmo é como “força criadora e energia vital. Está presente em todas as manifestações do universo e inclui as humanas. É a causa do equilíbrio no movimento, da ordem e proporção no espaço tempo Lópes (1977).
Segundo Hanebuth (1968) aprender a mover-se bem significa “mover-se de maneira rítmica e global”. O autor relata a idéia de que o ritmo é um só, o que varia são os elementos que o apoiam: a força, o espaço, o tempo e a forma.
A partir dessas concepções, não podemos abordar o ritmo de forma reducionista ou simplista, pois ele está presente na natureza, na vida, nas funções orgânicas, nas manifestações corporais, nas expressões interiores manifestadas pelos gestos exteriores, entre tantas outras manifestações que se fazem presentes no universo. Além disso, ainda temos infinitas combinações, durações e movimentos.
Em relação às manifestações corporais o ritmo faz parte da essência do ser humano, possuí-lo e senti-lo é algo natural mesmo antes do nascimento.
Apesar do ritmo ser uma qualidade fundamental existente no universo, ele ocorre de forma peculiar. Para Fux (1983) “o ritmo tem nossos próprios nomes”. Corroborando Arribas (2002, p.168), afirma que “não existe um ritmo comum a todos”. Cada ser humano possui seu ritmo próprio e dinâmico que se encontra em constantes transformações e se manifestam de acordo com a influencia e organização de  fenômenos, os quais recebem a interferências de inúmeras variáveis.
Em relação aos inúmeros ritmos, podem ser classificado em várias formas de acordo com a sua origem em relação ao tempo e à sua manifestação. Na classificação em relação a origem, o ritmo podem ser naturais  e construídos. Os ritmos naturais são aqueles inerentes aos seres humanos e vitais para sua sobrevivência. Por sua vez, os ritmos construídos são todos aqueles criados pelo homem, que estão em sincronia com os ritmos naturais. Como, por exemplo, pode-se citar as marcações regulares de tempo que originam as formas musicais, como a valsa, o samba, o bolero, ou um motorista dirigindo seu carro a 100km/h em uma rodovia.
Em relação ao tempo os ritmos podem ser classificados em circladianos, infradianos e ultradianos.  Os ritmos circladianos são aqueles que possuem duração de um dia. Como, por exemplo, todos os ritmos que se alteram durante o dia e a noite, como a respiração, a circulação, a digestão entre tantos outros. Já os ritmos infradianos são aqueles que possuem uma duração maior que um dia, como o ciclo do crescimento de um individuo, o ciclo menstrual de uma mulher, o desenvolvimento de força muscular durante um período de tempo, entre outros. Os ritmos ultradianos são aqueles que possuem uma duração menos que 24 horas, são pequenos ciclos que ocorrem durante o dia, entre tantos podemos citar a sucção de um bebê ao mamar.
Quanto a sua manifestação pode ser classificado em biológico ou biorritmo, os quais traduzem a sincronia de estímulos internos do corpo,  variando de acordo com a hora do dia ou o tipo de atividade realizada. Por exemplo, a flexibilidade varia de acordo com os horários e temperaturas.
O ritmo também pode ser integrado ao ambiente resultante da sincronização dos estímulos internos com os externos proveniente do meio ambiente.
Refletir sobre o ritmo em diferentes contextos nos leva a pensar em inúmeras manifestações articuladas expressas nas diferentes culturas. Para Kunz, o ritmo está presente nos aspectos biológicos, afetivos, sociais, na natureza, nos animais.
Enfim, o ritmo está presente no pulsar da complexidade que envolve o universo em suas multidimensões, articulados e interdependentes, porém, sem abandonar a peculiaridade  característica da  própria  existência.

  

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